Inspirada no mito sumério da Descida da Deusa Inanna ao Mundo Subterrâneo, a peça A Diferença Selvagem apresenta um recorte específico do universo feminino, ilustrando as dificuldades que as mulheres enfrentam para viver num mundo criado e dominado pelos homens. A peça toma a Descida e Ascensão de Inanna como fio condutor, numa livre-adaptação que transforma os sete portões que a deusa atravessa em sete situações emblemáticas, vividas por diferentes mulheres: duas presidiárias, uma autora e sua personagem rebelde, mãe e filha numa conversa difícil, uma pastora exorcizando uma fiel possuída pela Pomba-Gira e uma mãe solteira enfrentando o dilema de como sobreviver num mundo ainda dominado pelos homens e seus preconceitos.

A peça se construiu por meio de um mergulho experiencial nos múltiplos modos pelos quais o feminino se enraíza no corpo em diferentes níveis de consciência e percepção, determinados por meio de um estudo teórico e prático dos chakras da filosofia indiana. Estreou em Março de 2016 no Rio de Janeiro no Espaço Britannia, em Abril fez temporada no Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, em Maio viajou para São Paulo, tendo apresentações no Espaço Florescer e no Quilombo Afroguaran Casa Amarela, segue em viagem pelo Brasil.